em Engajada
Esse artigo é parte de uma série que explora os achados do nosso Report RealBrands 2024. Se você quiser acessá-lo na íntegra, vem ler aqui!
No universo corporativo contemporâneo, as crescentes demandas sociais e ambientais orientam as marcas a navegarem em águas turbulentas rumo a um futuro mais sustentável e inclusivo. Entre os diversos mundos explorados no Report Real Brands 2024, o “Mundo Engajada” busca refletir sobre o papel social crucial das marcas.
Este mundo nos ensina que ações genuínas e substanciais de marcas não apenas moldam suas identidades, mas também podem conduzir a mudanças significativas na sociedade. Com o planeta enfrentando desafios socioeconômicos e climáticos urgentes, as marcas são vistas como influenciadores poderosos capazes de impulsionar mudanças reais.
Entendemos que há uma responsabilidade social inerente às marcas, e que elas devem agir conscientemente para gerar impacto social positivo.
O que realmente distingue uma marca relevante é atualmente a sua capacidade de compreender seu papel social e sua responsabilidade, o real poder de suas ações e como elas ressoam com o público.
Segundo uma pesquisa realizada pela AMO Strategic Advisors, impressionantes 35,3% do valor de mercado de uma empresa está diretamente relacionado à sua reputação. Portanto, para as marcas que buscam se destacar e prosperar em um cenário cada vez mais consciente e engajado, a construção de um propósito e comprometimento com a sociedade é não apenas uma aposta inteligente e estratégica, mas também uma necessidade urgente.
A ação é pra já!
Não é mais suficiente ter apenas intenções ou metas; o momento exige ações reais e impactantes. As marcas precisam agir agora para enfrentar os desafios socioeconômicos e climáticos urgentes.
No entanto, é fundamental compreender que isso não se trata apenas de cumprir metas numéricas ou criar checklists de ações volumosas e rasas. Chegou a hora de mover-se além do básico, adotando iniciativas que realmente façam a diferença.
Embora tenham o potencial e recursos para fazer a diferença em áreas cruciais, como inclusão, diversidade, direitos das minorias e sustentabilidade, muitas marcas ainda não adotaram plenamente esse compromisso ou o terceirizam para a sociedade. Na grande maioria das empresas, as ações são rasas e ainda não estão gerando o valor coletivo necessário ou impactam de maneira significativa o ecossistema em que estão inseridas.
Diante da urgência dos desafios globais, as marcas devem adotar ações imediatas e significativas, transcendendo a superficialidade e o minimalismo em suas iniciativas.
Cada vez mais os consumidores buscam refletir suas preferências pessoas e suas identidades nas escolhas de consumo, optando por marcas que compartilham dos seus valores. Empresas que priorizam o foco no ser humano e se comprometem realmente com boas práticas ESG (Ambiental, Social e Governança) e estão realizando ações de impacto real estão se destacando nessa tendência e ganhando comunidades fortes ao seu redor.
Ao optar por permanecer realizando ações que ainda possuem um viés assistencialista e com impacto raso, as marcas cumprem meramente um checklist cheio de clichês de baixo impacto explorados em suas comunicações de maneira inflada e até mesmo com um tom heroico, mas que já não criam conexões com seus consumidores.
Para alcançar e manter ações que tenham resultados sólidos, as marcas precisam reconhecer que seu relacionamento com a diversidade deve ser fiel e inegociável. Não é algo passageiro ou apenas uma tendência, nem um compromisso que pode ser deixado de lado frente a outras prioridades do negócio, pois a diversidade é uma parte essencial do DNA corporativo que afeta diretamente sua conexão com o público e seu desempenho perante o mercado.
De acordo com o relatório “O Cenário de Vendas no Brasil, edição 2021” do LinkedIn, mais de 90% das pessoas concordam que a probabilidade de compra aumenta quando o próprio time de vendas reflete a comunidade e a indústria de atuação. Isso destaca a importância da diversidade não apenas nos bastidores, mas também na linha de frente das empresas.
É preciso ir além. Além de cumprir cotas ou abrir portas, a diversidade é um impulsionador de sucesso corporativo com um impacto direto nas vendas.
Ser pontual e raso nas iniciativas de diversidade, daquelas que só geram números em postagens, slogans vazios ou frases de efeito em discursos, resulta apenas na perda de conexão genuína com o público. As marcas precisam ir além dessas declarações de compromisso e das metas vazias de diversidade, para demonstrar de fato seu comprometimento e criar uma presença duradoura e autêntica que ressoe verdadeiramente com suas audiências e cause impacto no mundo.
Um exemplo de boa prática de comprometimento é a Central de Sustentabilidade da Suzano, que disponibiliza na plataforma oficial da marca o acesso prático e rápido ao progresso atual de suas metas e compromissos. Além de fornecer os números brutos, a empresa apresenta uma barra de porcentagem que indica o progresso alcançado, faz comparações com anos anteriores e compartilha sua estratégia e ações de comprometimento, permitindo que a sociedade acompanhe de perto seus avanços.
Esta é uma transformação que mostra o compromisso da marca com a transparência e com seus objetivos e indicadores de sustentabilidade. Assim, qualquer pessoa pode acessar os dados e visualizar o progresso com seus compromissos, comparando com anos anteriores, de maneira prática.
Ir para além da superficialidade é entender que as ações devem fugir do narcisismo corporativo. O ativismo de sofá, o cyberativismo e as ações vazias não têm mais espaço em um mundo que clama por responsabilidade e compromisso genuíno. As marcas que apenas surfam nas ondas das tendências passageiras devem repensar sua abordagem. Não se trata apenas de fazer declarações eloquentes; é sobre assumir responsabilidades e tomar medidas reais.
As marcas que verdadeiramente causam impacto são aquelas que transformam palavras em ações tangíveis. Textos e declarações bem escritos podem gerar discussões, mas o verdadeiro poder está na implementação de iniciativas concretas, reais e significativas.
Exemplos como a linha Natura Ekos, que coleta seus princípios ativos e bioativos respeitando o ciclo natural de reprodução, adotando o modo de cultivo dos povos ancestrais, e respeitando a floresta, ou a Ben & Jerry’s, que utiliza sua plataforma para defender questões sociais, demonstram como as marcas podem ser agentes de mudança eficazes. Elas não apenas falam sobre valores, mas os incorporam em suas operações diárias, impactando positivamente o mundo real.
Nesse contexto, transparência e responsabilidade são fundamentais. As marcas devem ser claras e honestas sobre seus impactos e ações. Isso constrói confiança e uma reputação positiva, essenciais em um mundo cada vez mais consciente.
As marcas devem sair das palavras vazias, comportamentos narcisistas e promessas egocêntricas, para se tornar participantes ativas e comprometidas com as questões sociais e climáticas. É menos sobre as ações da marca, seu mérito e protagonismo, e mais sobre colocar as mãos na massa, sobre agir.
Agir concretamente não é apenas uma questão de moralidade, mas também uma oportunidade para prosperar em um mundo que valoriza marcas com um propósito genuíno e compromisso real com a sustentabilidade, diversidade e governança.
Provocações: como anda seu engajamento com o papel social?
- Como sua marca planeja ir além das práticas assistencialistas rasas e se comprometer verdadeiramente com ações genuínas de impacto social e ambiental? Quais são os próximos passos que você pode tomar para moldar o futuro mais positivo para sua empresa e sociedade?
- Sua marca está pronta para ir além do discurso e adotar um compromisso verdadeiro com ações que causem um impacto real e duradouro?
- Sua marca vê a diversidade como apenas uma questão de conformidade ou imagem, ou como parte significativa da estratégia de negócio?
- Como a marca está garantindo que o compromisso com a diversidade é perene e não se perde à medida que outros desafios e prioridades surgem?
- Como garantir que sua marca não está caindo na armadilha do narcisismo corporativo, no qual o foco está mais em parecer bem do que fazer o bem?
- Você consegue comprovar, na prática, todos os seus discursos — pra além da retórica?
Essas e muitas outras discussões, insights e provocações estão no Report Real Brands 2024 da No Clima. Ficou interessado em acessar o material completo? Vem ler aqui!
Diz pra gente o que achou do conteúdo e já segue aqui no Medium para acompanhar mais reflexões cabeçudas sobre branding.
Ah, e não esquece de acompanhar a gente no LinkedIn e no Instagram! Adoramos um bom papo nas nossas redes.