Grandes poderes, grandes responsabilidades: a jornada do bem-estar
em Confiável
Afinal, qual é o papel das marcas na promoção de bem-estar para as pessoas e suas comunidades?
Este artigo parte de insights do nosso report “Sentir que Marca”, um material 100% autoral da No Clima com análises e provocações sobre branding e bem-estar. Leia o report completo aqui.
No atual cenário de mercado, a promoção do bem-estar tornou-se um tema central para as marcas, que buscam estabelecer relações duradouras e transparentes com os consumidores. Contudo, existe hoje uma preocupação muito grande sobre o que e como as pessoas estão consumindo produtos de bem-estar.
O “bem-estar washing” é um sentimento que cresce entre as pessoas. Segundo a pesquisa do Global Wellness Institute para a Ogilvy, 53% das pessoas acham difícil de compreender a diferença entre produtos reais e falsos no setor; 60% dizem que os benefícios precisam ser fáceis de entender, além de menos de a metade (41%) dos consumidores acreditarem que as promessas feitas por essas companhias são reais. Dessa forma, ainda que as pessoas busquem por alternativas que as ajudem a se sentir bem, elas ainda não têm confiança que as marcas são transparentes e confiáveis.
As pessoas estão se tornando mais alertas e conscientes sobre os riscos e efeitos das falsas promessas, o que reforça a necessidade de as marcas adotarem práticas e discursos alinhados com os melhores interesses das pessoas.
A falta de conhecimento sobre o assunto pode levar as pessoas a acreditarem em marcas que não têm seu melhor interesse em mente.
Há por exemplo o caso da marca Goop, da atriz Gwyneth Paltrow, que teve como um de seus grandes fiascos o famoso ovo de jade. O produto prometia sem comprovação científica alguma melhorar a saúde sexual de seus usuários. Porém, na verdade, o produto poderia até causar infecções. A marca acabou sendo processada, sendo obrigada a reembolsar seus consumidores, além de pagar uma multa de U$ 145.000.
Esse é, como muitos outros, um caso em que a marca que se utiliza da falta de conhecimento e uma necessidade muito grande das pessoas se sentirem melhor, para oferecer promessas completamente fantasiosas. Isso impacta na confiança das pessoas e na capacidade de mobilização e impacto das marcas.
A realização de ações pontuais e sem uma visão 360 sobre o que significa saúde e bem-estar não constituem um esforço reconhecível das marcas como agentes de promoção e transformação do bem-estar na vida das pessoas. Portanto, é crucial que as marcas pensem em como essa construção se faz de uma forma que se conecta com os valores pregados pela marca, criando uma régua de relacionamento, e como essa preocupação com as pessoas passa a ser central nas ações.
A estratégia de branding e a ideia de jornada são fundamentais para criar uma relação justa, honesta e de longo prazo com os consumidores. As marcas que desejam criar laços duradouros precisam ser transparentes com seus consumidores, criando novas formas de se comunicar e maneiras de produzir que tenham seu melhor interesse em mente.
A responsabilidade das marcas na promoção do bem-estar vai além de oferecer soluções pontuais, sendo crucial adotar uma abordagem de longo prazo. Além disso, é essencial que as marcas se certifiquem dos benefícios de bem-estar que propõem e usem um discurso benéfico à saúde das pessoas.
A confiança do consumidor está no centro do debate.
A Holistix, por exemplo, ganhou o mercado de bem-estar brasileiro unindo ciência e conhecimento ancestral, oferecendo uma variedade de produtos que promovem a manutenção de uma vida saudável. A marca se destaca por seu discurso alinhado a uma ideia de manutenção da saúde, o que reforça a importância de as marcas se responsabilizarem pelas ideias que propagam, construindo relações honestas e de mútuo benefício com os consumidores.
Da mesma forma, a Dove fez história com seu posicionamento pela busca da real beleza e continua endereçando assuntos tabus em relação ao bem-estar e aparência. A marca promove campanhas que abordam questões como inseguranças das mulheres em relação às axilas, promovendo um debate saudável sobre a relação com o corpo e incentivando a aceitação de todos os tipos de axilas.
Além disso, a Unmind é uma plataforma de bem-estar no trabalho que oferece ferramentas e treinamentos focados em saúde mental, impactando positivamente as pessoas. A empresa acredita que o trabalho deve ser positivo para a saúde mental e, por isso, cria recursos para que os colaboradores possam enfrentar suas questões de frente.
Esses cases destacam a importância de as marcas adotarem práticas e discursos alinhados com os melhores interesses das pessoas, promovendo o bem-estar de forma genuína e responsável. Essas abordagens não apenas impactam positivamente a vida das pessoas, mas também contribuem para a construção de relacionamentos duradouros e transparentes com os consumidores.
É importante salientar que o bem-estar está atrelado a uma série de práticas de diferentes naturezas, que apresentam melhoria através de uma jornada, ao invés da utilização de um único produto ou prática.
A confiança e a responsabilidade das marcas na promoção do bem-estar são questões centrais na relação com os consumidores. As marcas precisam buscar uma relação com as pessoas que seja de confiança e segurança, oferecendo garantias de que não as farão mal física ou mentalmente, tanto em relação a produtos seguros quanto a discursos acolhedores e humanos, sem falsas promessas mágicas.
Em resumo, as marcas enfrentam o desafio de estabelecer confiança e credibilidade na promoção do bem-estar, em meio a um mercado saturado e à disseminação de informações falsas. A responsabilidade das marcas em oferecer soluções de bem-estar genuínas e a longo prazo é crucial, juntamente com a necessidade de transparência e comunicação autêntica com os consumidores. Essas práticas são essenciais para construir relacionamentos duradouros e impactar positivamente a vida das pessoas.
Provocações
- Sua marca se certifica dos benefícios de bem-estar que propõe?
- A sua marca propõe soluções de bem-estar pontuais ou a longo prazo?
- A sua marca se certifica de que usa um discurso benéfico à saúde das pessoas?
- Sua marca compreende a diferença entre produtos reais e falsos no setor de bem-estar?
- Sua marca adota uma abordagem transparente e responsável na promoção do bem-estar?
- Sua marca está comprometida em estabelecer relações de confiança e segurança com os consumidores?
Não deixa de compartilhar com a gente o que pensa sobre essas reflexões. A gente ama um bom papo!
Ficou com curiosidade de saber mais sobre a relação entre branding e bem-estar? Leia nosso report “Sentir que Marca” na íntegra aqui.
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