Levanta a mão aí quem lembra da música “tchau preguiça, tchau sujeira, adeus cheirinho de suor”. O ratinho do Castelo Rá-Tim-Bum ensinava as crianças a gostar de tomar banho, mas, agora que a gente cresceu, o chuveiro também pode proporcionar mais do que só higiene.
Se você tem a impressão que pensa melhor durante o banho, você não tá só e isso não é algo da sua cabeça. A ciência tem comprovado que esse momento incentiva a criatividade. Que ruim pro Cascão, né?
Nesse artigo, vamos explicar o que especialistas dizem sobre a criatividade no banho, o jeito que isso acontece e como replicar esse ambiente.
O que a ciência diz sobre essa epifania encharcada
Relaxar é muito importante pra pensar com criatividade. Esse é um dos motivos que fazem do banho um ótimo lugar pra se ter boas ideias — é quase que uma incubadora criativa.
Durante um evento com vários especialistas em produtividade, o cientista cognitivo Scott Barry Kaufman apresentou seu estudo que mostra 72% das pessoas têm ideias criativas no chuveiro. Inclusive, parte delas disse que se sentem mais inspiradas no banho do que no trabalho.
Na verdade, 14% dos entrevistados tomam banho especificamente pra ter ideias — e a prática é mais comum entre os jovens de 18 a 34 anos.
Algumas das características que fazem do chuveiro um dos lugares certos pra se ter essa epifania encharcada é que ele é calmo, solitário e sem julgamentos, deixando a sua mente livre e sem amarras pra pensar.
Além disso, o banho ajuda a aumentar a dopamina, responsável pela motivação e pelo foco, que são importantes para a criatividade. Esse neurotransmissor é liberado quando estamos relaxados, ouvindo música e fazendo exercício, por exemplo.
Neste sentido, a pesquisa Scientific Evidence-Based Effects of Hydrotherapy on Various Systems of the Body revelou que um banho gelado pode aumentar a dopamina em 250% e também ter um efeito analgésico.
Como o banho te ajuda na criatividade
O psicólogo John Kounios, que estuda processos criativos, explica que dois fatores justificam o fato de o banho estimular a criatividade. São eles:
> Restrição sensorial
No chuveiro, nossos sentidos acabam sendo um pouco restritos porque estamos em um espaço mais isolado e em que o som mais presente é o da água.
E, se a gente aumenta esse isolamento fechando os olhos, foca ainda mais no interior, nos pensamentos e sentimentos. Assim, ficamos menos conscientes do que tá rolando ao nosso redor, aumentando a probabilidade de acontecer a inspiração.
> Relaxamento
Kounios também diz queestar de bom humor estimula a criatividade. Um banho na banheira ou chuveiro reduz o estresse e a ansiedade, dando espaço pra você pensar de forma mais ambiciosa e ter as tais das ideias malucas.
Ah, mas lembre-se que o contrário também é verdade. Isso porque se tiver ansiedade e pressão, é bem provável começar a pensar de forma mais metodológica e conservadora.
Personalidades que adoram um banho
Recentemente, várias celebridades têm virado notícia porque não são tão íntimas assim do chuveiro. Porém, esse comportamento não é tendência entre nomes conhecidos.
Do cara mais rico do mundo a ícones clássicos da música e dos games, várias personalidades dão crédito de algumas das suas ideias brilhantes ao banho.
Elon Musk
Em uma entrevista, o empresário e magnata dos negócios por trás de Tesla, Space X e Paypal admitiu que muitas de suas epifanias aconteceram enquanto se ensaboava.
Shigeru Miyamoto
A mente criadora do famoso Donkey Kong teve a ideia pro game enquanto estava em uma banheira da Nintendo.
Em uma conversa com a Wired, Miyamoto, que ficava um tempo na banheira com água quente, disse: “Isso me salvou totalmente. Foi muito eficaz em me deixar colocar minhas ideias em ordem”.
Ludwig van Beethoven
Um dos compositores mais influentes da história da música clássica, escreveu nove sinfonias, 32 sonatas, cinco concertos e uma ópera, sendo muitos deles em seu banheiro.
De acordo com o biógrafo de Beethoven, Anton Felix Schindler, “ele ficava em seu lavatório e derramava grandes jarras de água nas mãos, berrando para cima e para baixo na escala ou às vezes cantarolando alto para si mesmo”.
Depois, o compositor caminhava ao redor de seu quarto, anotava alguma coisa e voltava a despejar água no corpo e cantar alto.
E fora do banho, como ter boas ideias?
Já deu pra ver que usar o banho pra pensar fora da caixa funciona, né? Mas há outras formas de ligar o seu cérebro no modo criatividade ON. A Harvard Business Review traz algumas sugestões:
Dar um rolê no mato
Olhar para árvores e folhas — em vez do smartphone — reduz nossa ansiedade, diminui nossos batimentos cardíacos, nos acalma e permite que nosso cérebro faça conexões com mais facilidade.
E nem precisa numa floresta, pode até ser em uma área arborizada do seu bairro. Basta 25 minutos pra acalmar o seu cérebro e alimentar a imaginação.
Meditação
Meditar limpa a mente de pensamentos confusos e dá ao nosso cérebro espaço pra refletir. Desse jeito, melhora a concentração na tarefa e aumentando nossa capacidade de tomar decisões inteligentes.
Se mexe, aí
O exercício libera endorfinas, substâncias químicas que nosso corpo produz para aliviar o estresse e a dor. Quando estamos menos estressados, a mente se aventura em territórios bem mais férteis.
E quando a gente fala “exercício”, não tá falando só de puxar ferro na academia, também vale 20 minutos de alongamento na sala da sua casa.
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